Sobram vagas e faltam trabalhadores: especialista diz o que é preciso fazer
Guilherme Silva, especialista em RH, aponta que o cenário leva as empresas a criarem alternativas para atrair e reter os talentos, como remuneração mais elevada além de benefícios atrativos
A falta de mão de obra qualificada, a competição por talentos e uma nova geração trabalhando com a internet podem ser algumas das razões para a grande dificuldade que as empresas têm de contratar funcionários e preencher vagas. Guilherme Silva, formado em administração e especialista em Recursos Humanos (RH), sócio fundador da Forward, aponta que o cenário de escassez de profissionais e vagas abertas leva as empresas a criarem alternativas para atrair e reter os talentos. Entre as possibilidades, remuneração mais elevada além de benefícios atrativos.
"Está cada vez mais complexo contratar funcionários, de modo especial em postos de trabalho nos quais os jovens não querem mais trabalhar. Entre eles, desde a agricultura até serviços menos prestigiados", afirma Guilherme. Dados do Relatório de Tendências em Gestão de Pessoas produzido pelo Ecossistema Great People & Great Place To Work e divulgado recentemente apontam que pelo menos 59% das empresas apresentam dificuldades de preencher as vagas disponíveis. Grande parte delas aponta a falta de mão de obra qualificada como responsável.
Guilherme ressalta que, hoje em dia, as empresas precisam oferecer benefícios e vantagens além de um bom salário para poderem atrair e reterem seus talentos. "A concorrência cresceu e, como vemos, a escassez de qualificação na mão de obra é grande. Por isso, além de uma boa remuneração, é importante oferecer benefícios básicos como plano de saúde, vale transporte, vale refeição e até programas de acesso a academias e outros clubes de benefícios", afirma o especialista. De acordo com ele, algumas organizações até oferecem a capacitação, oferecendo um plano de salário à medida que o colaborador se especializa na área ofertada.
Por outro lado, o especialista observa que os trabalhadores também têm uma oportunidade de buscar potencializar sua própria formação. "Um exemplo é o mercado de faxineiras e empregadas domésticas, cada vez mais escasso. Se a pessoa que atua nessa área tiver uma formação e uma especialização, além de ofertar um serviço diferenciado, poderá potencializar os ganhos ao cobrar mais por algo que se destaca no mercado", exemplifica. De acordo com Guilherme, a questão é que faltam trabalhadores e sobram vagas.
Internet
O número de pessoas que atuam trabalhando com a internet também tem crescido, um reflexo do aumento de domicílios conectados no país. Em 2023, eram 92,5% dos domicílios brasileiros com acesso à internet, o que representa 72,5 milhões. Isso significa que é grande a possibilidade de as pessoas trabalharem como produtores de conteúdo online, em diversas plataformas e redes sociais, além de vendedores ou filiados a cursos virtuais. Guilherme ressalta que a visibilidade que a internet dá assim como a facilidade de trabalhar de casa ou de onde quiser são alguns pontos favoráveis.
Dados de uma pesquisa divulgada em março pela Influency.me, empresa especialista em marketing de influência, mostra que o Brasil tem 2 milhões de influenciadores digitais, número 67% maior que em março de 2024. E o perfil dos criadores de conteúdo é justamente maior na faixa etária entre 25 e 34 anos (48,66%), ou seja, exatamente a faixa etária na qual há mais vagas de trabalho disponíveis.
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